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Realizou-se no Tortosendo, no dia 24 de Abril, uma sessão comemorativa do Centenário do PCP em torno do tema "As greves dos têxteis nos anos 40, da memória à construção do futuro".
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Intervieram Casimiro dos Santos (Professor de História, membro da DORCB do PCP), Marisa Tavares (Operária têxtil, dirigente sindical e membro do PCP) e João Frazão (Membro da Comissão Política do Comité Central do PCP).
Casimiro dos Santos situou as greves no contexto histórico das condições de vida e trabalho da época, do desenvolvimento, do movimento operário na região e no país, demonstrando, com referências históricas, o papel do PCP nestas lutas. Abordou ainda o carácter do regime fascista no favorecimento da acumulação monopolista, acentuando a exploração do trabalho através da repressão. Demonstrou ainda que formas de trabalho em casa, hoje caracterizadas como inovadoras, em que os trabalhadores detêm as ferramentas e arcam com custos de produção, são afinal velhas formas usadas desde os primórdios da indústria têxtil com o chamado “sistema doméstico”.
Marisa Tavares partiu do exemplo das greves dos anos 40 para referir "a importância da luta no pós 25 de Abril, em particular a greve de 1981 que demonstrou o carácter repressivo da coligação de direita AD e que abriu caminho para a primeira greve geral em 1982". Salientou igualmente a importância da luta contra a exploração que se intensifica nos dias de hoje, seja a pretexto da epidemia, seja pelas tentativas de condicionamento e ataque à negociação colectiva.
João Frazão sublinhou a tese do PCP de que o Fascimo era “a ditadura terrorista dos monopólios, aliados ou não ao capital estrangeiro, e dos latifundiários”. Sublinhou a poderosa resposta dos trabalhadores nas greves dos anos 40, que em poucos dias paralisaram mais de 10 mil trabalhadores em toda a Serra, tendo o Fascismo abatido sobre eles com poderosa e brutal repressão, destituíndo as direcções de sindicatos, mandando mesmo encerrar as empresas e cortando o racionamento para vergar os corajosos lutadores.
Nas intervenções dos oradores e do público presente foi vincada a necessidade da continuação da luta e de que apesar das mudanças profundas na sociedade portuguesa, o carácter e natureza da exploração não se alterou.