A Junta de Freguesia de São Martinho – Covilhã, resultado das eleições autárquicas de 2005 e da eleição dos dois vogais em Assembleia de Freguesia, é constituída por três forças partidárias.
Aproveitando a substituição, por motivo de doença, do Secretário da Junta de Freguesia – cabeça de lista do PS nas últimas eleições, o Presidente da Junta, quer agora conseguir uma maioria absoluta que não obteve nas eleições, tendo apresentado como proposta para a sua substituição, um elemento do PSD.
Ouve-se e não se acredita! O Presidente de Junta afirma que necessita de um elemento próximo da Câmara com vista a captar recursos financeiros para a freguesia, que os elementos do PS e da CDU ninguém os quer na Câmara, que se trata de uma oportunidade para fazer o que o povo não lhe permitiu, chegando até a invocar a providência divina para tal situação.
Falta de ética, de escrúpulos, insensatez e oportunismo, é o mínimo que se pode dizer dos argumentos utilizados e da proposta apresentada. É inaceitável que o actual Presidente pretenda aproveitar-se de um infortúnio para impor uma maioria absoluta que o povo não lhe deu nas urnas.
A postura da CDU na Junta de Freguesia sempre foi de proposta, critica construtiva e resolução dos problemas. Em nenhuma situação, o Presidente da Junta pode acusar o Secretário ou o Tesoureiro de bloqueio.
A CDU continua coerente com as posições que assumiu em 2001 e 2005, quando dissemos e cumprimos que a fazermos parte do executivo da Junta, este deveria, no respeito pela vontade do Povo expressa nos resultados eleitorais, ser composto pelas três forças partidárias, conferindo mais transparência ao funcionamento da Junta de Freguesia.
É hoje evidente, uma vez mais, que o Presidente da Junta nunca aceitou a decisão que as eleições ditaram e que, quer no início do mandato, com todo o impasse por ele provocado, quer agora, a única coisa que pretende é obter a maioria absoluta a todo o custo.
A situação é tanto mais grave na medida em que a rejeição democrática da sua proposta na Assembleia de Freguesia haveria de ter dado lugar a uma nova proposta, ao que o mesmo retorquiu que não apresentava.
E de nada vale o argumento de que a Junta está a funcionar, na medida em que a não eleição do Secretário de Junta distorce o funcionamento democrático da autarquia, dado que, entre outros aspectos, em caso de empate em votações, é sempre o Presidente que determina as opções, mediante o voto de qualidade.
É urgente devolver à Junta de Freguesia de São Martinho um funcionamento normal e democrático!
É preciso respeitar a vontade do Povo!
Os interesses da população e da Freguesia não podem ser submetidos à ambição pessoal do seu Presidente!
CDU. São Martinho. 21 Abril, 2008