A CM do Fundão anunciou que pretende entregar o abastecimento da água no concelho a uma empresa privada – Aquália. O PCP desde o início que alertou e condenou o processo de privatização da água junto da população e através dos eleitos da CDU na Assembleia Municipal, considerando que:
- A água é um bem indispensável à vida humana e como tal, o seu abastecimento não deve sair da esfera pública, cabendo ao Estado (Central e Local) garantir que ela chegue em abundância e qualidade às populações, por intermédio das autarquias.
- A criação das empresas multimunicipais de abastecimento público de água, como é o caso da empresa Águas do Zêzere e Côa (nas quais os municípios têm 49% do capital e a empresa Águas de Portugal 51%), são o primeiro passo para a privatização total desse serviço.
- Com a entrega da Água a uma empresa privada (Aquália), em breve os cidadãos serão chamados a pagar uma elevada factura
No concelho do Fundão, entre 2007 e 2009 a factura 120m3 de um consumidor doméstico da água e saneamento, subiu 5% e com a privatização, não temos dúvidas e diversos exemplos o compravam, que subirá bastante mais.
O PCP questiona a autarquia como justifica esta privatização com investimentos que a empresa irá realizar quando, segundo o Relatorio e Contas da C.M de 2008, a receita líquida cobrada de água foi de 1.940.000,00€ que multiplicado por 7 dá mais de 13 milhões de euros. Segundo a imprensa, a Aqualia vai investir nos primeiros sete anos entre 8 e 10 milhões de euros....ou seja menos que as receitas actualmente conseguidas.
O PCP condena este processo de privatização da água e considera falso e enganador o argumento financeiro que visa sustentar este negócio que só prejudicará as populações e os micro, pequenos e médios empresários. Todos os exemplos em que as CM entregaram este património público as facturas dispararam.
Da nossa parte, tudo continuaremos a fazer para que o processo de privatização não se concretize defendendo a gestão pública da água contra a “gula” dos privados, garantindo a água a preços acessíveis à população.
Fundão, 24 de Fevereiro de 2010