X AORCB PCP - Ofensiva Ideológica - Casimiro Santos

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X ASSEMBLEIA DE ORGANIZAÇÃO REGIONAL DE CASTELO BRANCO DO PCP

21.MAIO.2016

Com o PCP, luta e confiança por um distrito com futuro!

            Camaradas, amigas e amigos;

            A ofensiva ideológica do grande capital é, na sua essência, uma guerra que consiste em transformar o falso em verdadeiro e vice-versa, manipular as mentes e as consciências, condicionar a opinião, sendo os seus alvos os que não consentem ou resistem. A ofensiva ideológica é assim um instrumento essencial de dominação de classe. Tendo como eixos essenciais o anti-comunismo, a diabolização da resistência dos povos e da luta dos trabalhadores essa ofensiva tem nos órgãos de comunicação social os seus veículos de difusão em massa. É o nosso Partido, a quem o grande capital não perdoa e tenta silenciar ao máximo, o principal alvo dessa ofensiva ideológica. Ignorar, silenciar, menosprezar, valorizar o que é mais “amigável” e menos combativo, com menor implantação e fruto de uma conjuntura, manipular, condicionar a mente, apostar na lavagem ao cérebro e na inversão de valores.

Na crise do sistema capitalista, como a que vivemos, na renovada ofensiva ideológica, a tendência é concentrar os órgãos de comunicação social em poucas mãos. Os títulos vão encerrando e a precariedade neo-esclavagista do trabalho jornalístico em muitas redações, vai-se tornando a regra comum, a par da tendência para contratar opinadores, comentadores com ligação a partidos da direita, ou ex-dirigentes desses partidos e pivôs bem oleados no condicionamento da leitura das peças. O pensamento único vai-se instalando e o silenciamento de opiniões divergentes, ou factos, a regra. No plano Distrital tem-se acentuado fortemente este silenciamento com as sucessivas ausências das nossas posições, acção e iniciativas em muitos dos principais órgãos de Comunicação Social.

             

Nesta ofensiva, o papel principal é da televisão: como órgão mais visto e ouvido, é onde investem mais, ou não fosse Portugal um dos países onde mais televisão se vê, e menos se lê.    Dou exemplos:

            Qual o concurso em que os valores da solidariedade e da luta pela justiça e igualdade ganhem e sejam ignorados os da ganância e ambição sem valores? Assim se condicionam as mentes. Depois, o próprio modelo de apresentação do noticiário: como se fosse uma peça dramática – ao jeito do teatro ou da telenovela, comentadores contratados e imagens manipuladoras. Como exemplo recente, muitos média brasileiros, detidos e comprometidos com o grande capital, apresentaram um golpe de Estado como se fosse uma telenovela. Outro exemplo é a situação de colégios privados que as TV’s apresentam como vítimas de uma “maldade” imensa: cumprir a Constituição, privilegiando a escola pública. Por vezes, até o esbulho do que os trabalhadores construíram, os CTT ou a EDP, tirando aos portugueses o usufruto de mais-valias, é apresentado como se fosse um investimento.

            A tão célebre frase “andamos a viver acima das nossas possibilidades” é pérfida e aviltante, como se os trabalhadores fossem culpados da crise do capitalismo e da sua essência: a ânsia do lucro e a voracidade do sistema. Para os trabalhadores assumirem a culpa e enfraquecer assim o seu ímpeto de luta e servir de pretexto às políticas de austeridade e roubo da propriedade pública.

            Nesta ofensiva é habitual manipular a História e branquear a ditadura: como se Portugal estivesse muito melhor nesses tempos, dando-se uma imagem de paraíso perdido: um país grande e poderoso, sem problemas sociais, sem crime – escondendo a pobreza, a emigração, os milhões de refugiados que o fascismo empurrou para a Europa, a guerra, as prisões ou o analfabetismo.

            Ainda, considerar o marxismo-leninismo uma teoria “anacrónica” e “utópica”, colada ao nosso Partido, como se a luta por valores e direitos estivesse condenada ao fracasso e o conformismo e a submissão ao sistema fossem as atitudes corretas. Ultimamente assistimos à tentativa/truque de transformar em conservadorismo a luta pela defesa dos direitos conquistados, e dos serviços públicos; a “mudança” (palavra muito relacionada com a luta e o avanço social) com o significado de transformação neoliberal da economia, do corte de direitos e do trabalho precário e barato.

Queremos é ser defensores dos nossos direitos de trabalhadores, de dignos horários de trabalho, da segurança social, da escola pública, do serviço nacional de saúde, em suma, da Constituição

Estas campanhas têm diversas vias e diferentes e requintados instrumentos, de silenciamento, adulteração, demagogia, populismo, oportunismo que importa contrariar com a nossa acção, com a elevação da consciência e com a preparação dos militantes e dos quadros do Partido para a batalha ideológica. É para isso fundamental:

Estas linhas de trabalho individual e colectivo são responsabilidades que importa cuidar e potenciar para o reforço do nosso trabalho, da nossa acção e do alcance de uma politica alternativa, patriótica e de esquerda.

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Viva a X Assembleia da Organização Regional de Castelo Branco!

Viva o PCP!

 

Casimiro Santos, membro da CF do Tortosendo