Intervenção de Manuela Carvalho
Membro do Secretariado da Direcção da Organização Regional de Castelo Branco do PCP
Camaradas
Na terceira fase do nosso Congresso mobilizámos todo o Partido no distrito de Castelo Branco, realizámos 13 plenários e 4 sessões públicas, com 380 participações, número significativo numa organização de 750 militantes. A discussão confirmou o apoio às Teses e os 15 delegados foram eleitos por unanimidade.
Nas legislativas de 2005, Sócrates, candidato no distrito, afirmou: «um governo PS acabará com o ciclo do abandono do interior, a região verá recomeçar o investimento, o crescimento económico passará a ser uma prioridade, para combater o desemprego e construir um país mais justo e mais próspero». Falsas promessas – a não esquecer.
Por isso o 1º Ministro recua nas suas anunciadas visitas à região, onde há ano e meio a intimidação policial preparou a passagem por uma Escola da Covilhã – Sócrates sabe de cor a dimensão do protesto.
Hoje, no distrito, as políticas de direita e a quebra do investimento agravam a desertificação e as assimetrias regionais.
O desemprego atinge 22% dos TPCO e está a crescer, tal como os salários em atraso e não pagos e a precariedade. O salário médio, as pensões e reformas e o poder de compra estão abaixo da média nacional.
Cresce o encerramento, e redução de laboração nas empresas, na têxtil, componentes de automóvel, indústrias eléctricas, metalurgia, construção, comércio e serviços.
Só no concelho de C. Branco encerraram 89 PMEs em 2007. Neste ano serão mais de 15% os encerramentos no distrito. E proliferam as grandes superfícies.
A liquidação da pequena exploração agrícola é um facto.
Os serviços públicos continuam a desqualificar-se e a encerrar.
Neste quadro, o Partido procura responder aos anseios dos trabalhadores e das populações, na luta e na proposta, para enfrentar os problemas, para derrotar a política de direita e construir uma alternativa à esquerda, para abrir caminho à regionalização e ao desenvolvimento.
O Partido esteve nas pequenas e grandes lutas, contra o encerramento de escolas, Centros de Saúde e das urgências do Fundão, na defesa das maternidades do distrito, dos CTT em Tinalhas, e da água pública na Covilhã.
O Partido deu o seu contributo na luta dos agricultores no Fundão e das populações nos Enxames, nas lutas dos trabalhadores da Carveste, das Minas da Panasqueira e da Celtejo, na luta dos professores, dos trabalhadores da Administração Local e Central e da Têxtil, nas manifestações regionais e nacionais e na Greve Geral.
O Partido esteve na luta, esclarecimento, intervenção e proposta, pelo desenvolvimento regional – na Serra da Estrela, na zona raiana e no pinhal interior. Nas autarquias, no âmbito da CDU. Em defesa de quem trabalha, dos pequenos empresários, dos reformados, da juventude.
O Partido esteve a reforçar-se, a recrutar, a fazer formação ideológica, a responsabilizar quadros, a melhorar a estruturação, a concretizar as Assembleias da Organização Regional, dos concelhos e do Sector de Empresas – um avanço importante, já na preparação do Congresso.
Avançámos, reforçámos o Partido, mas estamos aquém dos objectivos e muito longe das necessidades e possibilidades.
O XVIII Congresso é um contributo de grande importância para fazer mais Partido no distrito.
E para avançar, com determinação e confiança, nas grandes tarefas e lutas do futuro.
Viva o XVIII Congresso
Viva o PCP