A CDU realizou dia 1 de Junho um conjunto de acções em torno da defesa da agricultura e do mundo rural, no âmbito das eleições do dia 7 de Junho, para o Parlamento Europeu. Neste dia foram realizados contactos com agricultores no mercado do Fundão e visitas e reuniões com a Associação de Agricultores de Castelo Branco, a Adega Cooperativa do Fundão e a Cooperativa de Fruticultores Cova da Beira.
COMUNICADO SOBRE A AGRICULTURA E OS PROBLEMAS DOS AGRICULTORES
Apesar da propaganda do Governo PS, a agricultura portuguesa é destruída e os agricultores enfrentam grandes dificuldades.
Nos últimos anos, assistimos à destruição da pequena e média agricultura no nosso País: • Os factores de produção (adubos, rações, produtos químicos, maquinaria agrícola, combustíveis, electricidade) viram os preços aumentar de forma brutal. Por exemplo um saco de adubo viu o seu preço subir para o dobro!• Os preços pagos à produção são cada vez menores:• Um vitelo vale hoje tanto ou menos do que valia há dez anos.• O leite está a baixar mês após mês;• Os cereais valem tanto como há 5 anos!• A batata é paga a preços miseráveis e anos há em que ninguém a tira.• O Vinho, é pago ao mesmo preço há vários anos, e há produtores que só recebem ao fim de 2 e três anos!• Os serviços do Ministério da Agricultura foram desmantelados e agora são atrasos e mais atrasos, nos pagamentos dos apoios aos agricultores, na apreciação de candidaturas, nas fiscalizações, etc.• O custo das prestações para Segurança Social está a obrigar milhares de agricultores a desistirem, com os prejuízos que isso trás à sua vida futura!Só assim se explica que Portugal, terra de grande e boa produção agro-alimentar, se veja dependente da importação de batata, de leite, de cereais, de frutas, de hortícolas ou de carne.
Hoje, o défice alimentar ultrapassa os 70%, ou seja, temos que importar mais de 70% daquilo que cá se consome (incluindo a alimentação dos animais).
Este é o resultado de 20 anos de integração na União Europeia, de vinte anos de Política Agrícola Comum e das suas sucessivas reformas e anos a fio de Governos do PS, do PSD e do CDS, que foram vendendo a nossa agricultura aos pedaços!
Alguns exemplos:- Entre 1989 e 2007 desapareceram 54% das explorações, só entre 2005 e 2007 foram 48000 as explorações que fecharam.- Em 1989 Portugal importava 1851 toneladas cereais e em 2003 já eram 3521 toneladas sendo que o grau de auto-aprovisionamento caiu de 42.2 % para 27.4%.- 95.733 Agricultores cerca de 40% do total recebe menos de 250€/ano, se considerarmos os 1000€ a percentagem sobe para os 75%- O número de agricultores com menos de 35 anos caiu 82% desde 1989 e o seu peso relativo caiu para apenas 2%. A CDU considera que a agricultura não está condenada ao declínio irreversível e tem um importantíssimo papel a desempenhar nas suas dimensões agro produtiva, agro-ambiental e agro-rural.Mas isso exige uma ruptura política que acredite nas potencialidades da agricultura portuguesa e que tenha como eixo central o aumento da produção e o aumento do rendimento dos pequenos e médios agricultores e que:
• defenda a soberania e a segurança alimentares;• reduza significativamente as contribuições dos pequenos agricultores para a Segurança Social;• desenvolva a floresta, diversifique as espécies e respeite o sector comunitário dos baldios;• defenda a manutenção dos serviços públicos em meio rural;• defenda uma reforma da Política Agrícola Comum - AC, que consagre o direito a produzir;• que garanta apoios ligados à produção distribuídos com mais justiça.A CDU considera que sem agricultores não há agricultura, sem agricultura não há mundo rural e sem mundo rural não há desenvolvimento no nosso Distrito e do nosso País.
Ao longo dos últimos anos foram as forças que integram a CDU que defenderam a pequena e média agricultura e que apresentaram propostas para a defesa da agricultura nacional e dos agricultores tais como: - Ajuda mínima de 1000 euros, para todos os agricultores paga em uma única prestação,- Constituição de um seguro agrícola que garanta a protecção efectiva em caso de pragas e intempéries;- Manutenção das quotas leiteiras- Criação de linhas de crédito bonificadas para apoio à produção da Vinha- Reposição da electricidade verde- Manter as ajudas ligadas à produção