A "POPULAÇA" CONTRA A NEGOCIATA

Após o amável convite para partilhar algumas inquietações, hesitei sobre o tema a abordar… A primeira inclinação foi para a área da educação que, infelizmente e por péssimos motivos, continua a ser foco de grande atenção…


Todavia, o lamentável exemplo dado pela maioria PSD na autarquia da Covilhã, agredindo a democracia e a liberdade de expressão, desrespeitando o direito dos cidadãos em participar nas decisões que vão interferir no seu dia-a-dia, acabou por me dar o mote estas palavras…

Na passada 6ª feira, 4 de Abril, a cidade da Covilhã foi palco uma reunião da Assembleia Municipal que, entre outros assuntos, tinha na ordem de trabalhos a venda da água do município a uma empresa privada.

A população, avisada, apresentou-se no local para defender o que é seu!…
Mas os presentes, em vez de livremente poderem exercer o direito legal de participar numa sessão pública, realizada num local público, depararam-se com um espectáculo triste, inédito, inacreditável e só possível porque quem detém o poder nesta cidade há muito que desrespeita regras democráticas e há muito usa e abusa de métodos anti-democráticos para lidar com aqueles a quem tem, em primeiro lugar, de servir e de prestar contas: a população do concelho da Covilhã…
As quase duas centena de pessoas que ali se dirigiram encontraram os portões presos com grossas correntes e cadeados (trabalho executado nesse dia de manhã) e com dois corpulentos funcionários que condicionavam a entrada e procediam a um lamentável check point, como se ali se encontrassem perigosos criminosos…
Para completar e confirmar este cenário, vários polícias à paisana, dentro e fora do local da reunião, seguiam atentamente todas as deambulações…
E, sob um coro de legítimos protestos, a troco de identificação e de senhas presenças tiveram autorização para entrar 35 pessoas… E nem mais uma!… às restantes sobrou a rua, o calor do sol abrasador, e a forte onda de indignação que se largamente se sobrepôs ao desconforto físico…
O pretexto foi de que a sala seria pequena… Pois bem: Tal como antecipadamente se cuidou dos portões com correntes e cadeados, tal como se cuidou do material necessário para recolher identificações, tal como se cuidou de garantir a presença da polícia… então porque não se procurou um local que garantisse a participação do Povo?... Há uma explicação: a maioria PSD, sabe que o que se iria passar na reunião não era assunto que os covilhanenses pudessem aprovar… Bem prega Filipe Menezes contra o clima de medo na sociedade portuguesa, contra o clima de claustrofobia democrática que nos amordaça quando é também entre os seus que os maus exemplos se sucedem…
Na rádio o presidente da Câmara Carlos Pinto terá apelidado a população de “arruaceiros e populaça” e ao invés de tentar potenciar a participação nas reuniões dos órgãos autárquicos, congratula-se de tudo fazer para impedir a sua presença! Mal, muito mal vai a democracia quando alguns a querem reduzir à mera expressão formal!...
Foi o que aqui se tentou: era necessário amordaçar, exercer uma democracia musculada, para que não se pudesse defender o que é óbvio e natural: a água é um bem indispensável à vida e, como tal, não pode ser vendida num negócio, sujeita às regras mercado e visando a obtenção do lucro para os bolsos de alguns que todos temos de pagar!...
O povo da Covilhã não solicitou nem autorizou a sua venda!...
A água é um bem essencial à vida, um direito humano fundamental e a sua gestão diz respeito a todos!...
Sr presidente tome nota: A tal “populaça” esta contra esta negociata!
Afinal foi de Educação ou mais precisamente da falta dela, que estive a falar!...
Covilhã, 7.abril.08
Dulce Ribeiro - membro da DORCB do PCP
Após o amável convite para partilhar algumas inquietações, hesitei sobre o tema a abordar… A primeira inclinação foi para a área da educação que, infelizmente e por péssimos motivos, continua a ser foco de grande atenção…
Todavia, o lamentável exemplo dado pela maioria PSD na autarquia da Covilhã, agredindo a democracia e a liberdade de expressão, desrespeitando o direito dos cidadãos em participar nas decisões que vão interferir no seu dia-a-dia, acabou por me dar o mote estas palavras…Na passada 6ª feira, 4 de Abril, a cidade da Covilhã foi palco uma reunião da Assembleia Municipal que, entre outros assuntos, tinha na ordem de trabalhos a venda da água do município a uma empresa privada.A população, avisada, apresentou-se no local para defender o que é seu!
… Mas os presentes, em vez de livremente poderem exercer o direito legal de participar numa sessão pública, realizada num local público, depararam-se com um espectáculo triste, inédito, inacreditável e só possível porque quem detém o poder nesta cidade há muito que desrespeita regras democráticas e há muito usa e abusa de métodos anti-democráticos para lidar com aqueles a quem tem, em primeiro lugar, de servir e de prestar contas: a população do concelho da Covilhã…As quase duas centena de pessoas que ali se dirigiram encontraram os portões presos com grossas correntes e cadeados (trabalho executado nesse dia de manhã) e com dois corpulentos funcionários que condicionavam a entrada e procediam a um lamentável check point, como se ali se encontrassem perigosos criminosos…  Para completar e confirmar este cenário, vários polícias à paisana, dentro e fora do local da reunião, seguiam atentamente todas as deambulações…  
E, sob um coro de legítimos protestos, a troco de identificação e de senhas presenças tiveram autorização para entrar 35 pessoas… E nem mais uma!… às restantes sobrou a rua, o calor do sol abrasador, e a forte onda de indignação que se largamente se sobrepôs ao desconforto físico… O pretexto foi de que a sala seria pequena… Pois bem: Tal como antecipadamente se cuidou dos portões com correntes e cadeados, tal como se cuidou do material necessário para recolher identificações, tal como se cuidou de garantir a presença da polícia… então porque não se procurou um local que garantisse a participação do Povo?... Há uma explicação: a maioria PSD, sabe que o que se iria passar na reunião não era assunto que os covilhanenses pudessem aprovar… Bem prega Filipe Menezes contra o clima de medo na sociedade portuguesa, contra o clima de claustrofobia democrática que nos amordaça quando é também entre os seus que os maus exemplos se sucedem… Na rádio o presidente da Câmara Carlos Pinto terá apelidado a população de “arruaceiros e populaça” e ao invés de tentar potenciar a participação nas reuniões dos órgãos autárquicos, congratula-se de tudo fazer para impedir a sua presença! Mal, muito mal vai a democracia quando alguns a querem reduzir à mera expressão formal!...Foi o que aqui se tentou: era necessário amordaçar, exercer uma democracia musculada, para que não se pudesse defender o que é óbvio e natural: a água é um bem indispensável à vida e, como tal, não pode ser vendida num negócio, sujeita às regras mercado e visando a obtenção do lucro para os bolsos de alguns que todos temos de pagar!... O povo da Covilhã não solicitou nem autorizou a sua venda!... A água é um bem essencial à vida, um direito humano fundamental e a sua gestão diz respeito a todos!...Sr presidente tome nota: A tal “populaça” esta contra esta negociata!Afinal foi de Educação ou mais precisamente da falta dela, que estive a falar!...
Covilhã, 7.Abril.2008 
Dulce Ribeiro - Membro da DORCB do PCP