
A Câmara Municipal de Idanha-a-Nova anunciou um seguro privado de saúde para os munícipes, nas palavras do município “complementar ao Serviço Nacional de Saúde”.
Por trás de uma medida, aparentemente bondosa, esconde-se uma opção ideológica preocupante que poderá ter consequências contrárias às anunciadas.
Se há conclusão que podemos tirar da situação epidemiológica que atravessamos, é que a solução para os cuidados de saúde dos cidadãos está no Serviço Nacional de Saúde. Os privados não responderam e revelaram não ter capacidade, nem interesse em responder à situação.
Aliás, no início da epidemia as seguradoras vieram logo a público dizer que os seguros de saúde não cobriam as situações de surto. Se não houvesse Serviço Nacional de Saúde, quem tivesse condições económicas conseguiria ter acesso aos cuidados de saúde, mas quem não tivesse era deixado à sua sorte.
Os privados do negócio da doença já recebem mais de 40% do Orçamento do Estado dedicado à saúde. É cada vez mais claro que à medida que cresce o seu financiamento diminui o financiamento ao SNS e diminui o acesso dos utentes aos serviços de saúde.
Ao executivo municipal de Idanha-a-Nova caberia adoptar uma atitude reivindicativa no sentido de valorizar as estruturas do SNS no Concelho e não favorecer o aparecimento de mais negócio numa área que deveria ser encarada como um direito.
Na concepção do projecto autárquico da CDU, o direto à saúde é feito através do reforço do SNS, lutando por mais e melhores equipamentos, quer sejam centros de saúde ou extensões de saúde, quer sejam mais profissionais e meios. É preciso garantir a contratação de profissionais para SNS criando condições salariais, de estabilidade e de realização profissional no sector público. O PCP e o PEV inscreveram medidas nesse sentido no Orçamento de Estado. Impõe-se concretizar essas medidas!
A CDU combaterá estas opções do executivo PS e apela às populações que lutem em defesa do Serviço Nacional de Saúde, geral, universal, público e gratuito.
A CDU - Idanha-a-Nova