Camaradas e amigos,
Mais uma vez, cá estamos. Cá está a força da CDU representada por uma lista de homens e mulheres absolutamente convictos da sua causa e do seu projeto verdadeiramente de esquerda, com coragem para enfrentar tempos especialmente negros e difíceis. Prontos, como sempre, a
defender os valores de Abril, que têm sido fortemente atacados. Ainda mais agora pela extremadireita, branqueada vergonhosamente pelos media e pela comunicação social. Mas não é isso nem os cenários que nos querem impor que nos atrapalha, tal como nunca nos atrapalhou.
Nós, no PCP e na CDU, sabemos que uma das frentes de ataque à Democracia tem sido por via da constante desvalorização da Cultura, um direito constitucional que Abril também nos trouxe. Os sucessivos governos PS e PSD/CDS, com as suas políticas de direita, têm vindo sempre a pôr
de lado uma das bandeiras da luta da CDU, a visa 1% do Orçamento de Estado para o setor cultural, que consideramos imprescindível para garantir o acesso pleno das populações à Cultura e para combater a realidade da precariedade crescente deste setor. Não vai lá com os míseros 0,25% do OE que o PS tanto se pavoneou depois de muito se orgulhar do crescimento ridículo de 0,05% face ao anterior OE.
Alunos, professores, técnicos e artistas vêm então, hoje em dia, um país incapaz de dar resposta aos seus problemas e reivindicações. E não é exceção no nosso distrito. Castelo Branco, com as suas escolas de música, uma delas do ensino superior, os seus teatros e companhias de teatro, o curso de cinema da UBI, os museus que espelham a nossa história e património cultural (património que inclui os Bombos de Lavacolhos, ranchos folclóricos e bandas filarmónicas), reúne todas as condições para se tornar num distrito que possa marcar fortemente a sua presença no panorama cultural nacional.
Para isso, é importante dar voz e a valor a quem faz parte desta grande comunidade, incluindo o seu público. Abrimos assim um novo caminho no combate à crescente desertificação do inteiro. A Cultura também é, e deve ser, uma razão para as pessoas, principalmente os jovens, se fixarem na nossa região, tanto através da fruição cultural como através do acesso às manifestações culturais. Desta maneira, criamos também condições para os jovens artistas profissionais da região poderem ter como possibilidade uma vida digna e plena sem terem que abandonar o distrito
O PCP e a CDU efetivamente têm respostas para todas estas questões. Enfatizo, naturalmente, a nossa proposta do aumento dos Salários e das Pensões, a forma central de combate à precariedade de qualquer setor e o que possibilita a valorização do papel do Lazer e Cultura na vida das populações, sem que haja o sufoco diário de ter dinheiro para comer e para pagar as contas, principalmente numa das regiões mais pobres do país.
Para além disso, existem outras questões fulcrais que representam grandes lacunas no nosso distrito, como é o caso dos Transportes Públicos. Sem uma rede de transportes acessível, organizada, abrangente e com condições, existirá sempre um condicionamento às populações que impede a deslocação das pessoas dentro do distrito, de concelho a concelho ou de freguesia a freguesia, para assistirem a um espetáculo ou visitarem um museu ou exposição.
É também essencial a criação de uma agenda cultural coesa e diversificada, sem espetáculos sobrepostos, como acontece recorrentemente, e com uma grande variedade de formas de expressão das várias vertentes artísticas. No Fundão, especificamente, falta-nos um espaço com condições ara apresentar o trabalho dos artistas e para acolher o público. As obras do Cine-Teatro Gardunha, um projeto que nos cria expectativas há muitos anos mas que, sem surpresa, foi e é secundarizado.
Perante a situação precária da Cultura, que é a minha profissão e para a qual vivo todos os dias, orgulho-me de fazer parte de um coletivo que efetivamente valoriza a arte, o seu público e os seus trabalhadores. Não a secundarizamos na proteção da saúde democrática, porque sabemos
que a Arte e a Cultura são necessárias para podermos cumprir Abril por inteiro, quebrando estigmas, aguçando o sentido crítico, tendo liberdade de criar e expressar.
Dar força à CDU é dar força à Cultura.
Defendê-la também é defender a Democracia e a Liberdade.
Lutemos sempre pela Arte.
Viva a Cultura!
Viva a CDU!