Direcção da Organização Regional de Castelo Branco
- CDU a crescer! Mais votos, mais deputados, mais percentagem
A Direcção da Organização Regional de Castelo Branco do PCP reuniu no passado dia 7 de Outubro na Covilhã, analisando os resultados eleitorais e o quadro político assim como as linhas essenciais da acção e intervenção do Partido no Distrito.
A DORCB do PCP não pode analisar os resultados eleitorais à margem da realidade em que o distrito e o país estão confrontados: um país mais endividado, com níveis de exploração, exploração, empobrecimento e injustiças mais elevados, realidades que se procurou fazer desaparecer na campanha eleitoral.
Uma campanha eleitoral ainda marcada por um forte e intenso peso mediático que não traduziu também no Distrito a ampla, diversificada e dinâmica campanha de massas, de contacto, de intervenção, de esclarecimento, de intervenção que a CDU desenvolveu ao longo dos últimos meses e em particular nas últimas semanas.
A DORCB do PCP saúda todos os activistas da CDU e os muitos apoiantes que com o seu profundo empenho e trabalho levaram a cabo esta batalha pela informação e pela derrota das políticas de direita e seus executores.
A DORCB do PCP destaca dois aspectos:a derrota imposta a PSD/CDS e o crescimento da CDU.
O resultado da CDU – traduzido em mais votos, maior expressão eleitoral e mais deputados – constitui um novo e importante passo no progressivo avanço eleitoral verificado nas quatro últimas eleições legislativas, confirmando o crescente apoio e confiança dos trabalhadores e do povo à CDU. No Distrito de Castelo Branco a CDU obtém 6286 votos, mais 900 do que nas eleições legislativas anteriores num quadro de perda de mais de 9 mil eleitores e maior abstenção; mais expressão eleitoral em percentagem (6,03%), o que traduz um aumento de 16,71% da massa eleitoral da CDU, com expressivo significado e o maior resultado (em percentagem) em 28 anos.
A DORCB do PCP salienta também o resultado da coligação PSD/CDS, independentemente da condição de força política mais votada, expressa uma clara condenação à política prosseguida nos últimos quatro anos pelo seu Governo e inseparável da luta e combate travado pelos trabalhadores e populações contra o empobrecimento, as privatizações, a liquidação de conquistas e direitos.
Por mais que se queira esconder esta votação traduz a perda da maioria absoluta, de mais de 700 mil votos (menos votos coligados que o PSD sozinho em 2011); a redução de 12 pontos percentuais; a perda de 25 deputados, correspondendo à segunda votação mais baixa de sempre destes dois partidos. A derrota agora imposta à coligação PSD/CDS é inseparável da luta e combate que os trabalhadores e o povo travaram contra a política de declínio económico e retrocesso social. O Distrito acompanha esta perda com mais de 15500 votos perdidos o que significa uma perda de massa eleitoral de quase 30%.
A votação do PS, 32,28%, corresponde a um dos seus mais baixos resultados eleitorais de sempre. Também no Distrito, sendo a 1ª força mais votada não foi além do aumento pouco expressivo perdendo mesmo votos em concelhos como Covilhã e Penamacor. O PS deve olhar para as suas próprias responsabilidades, para as muitas razões que conduziram à falta de mobilização eleitoral, designadamente a descredibilização enquanto força alternativa decorrente de décadas de política de direita e do continuado percurso de cumplicidade com o Governo PSD/CDS e na assunção de um programa eleitoral baseado nos mesmos condicionalismos e opções que conduziram Portugal ao declínio económico e social.
O resultado eleitoral do BE (expresso no aumento da sua votação e número de deputados) traduz a confluência de motivações diversas que o actual quadro favoreceu, e beneficiou de uma activa campanha de promoção da generalidade da comunicação social.
A DORCB do PCP saúda todos aqueles que confiaram o seu voto à CDU, muitos pela 1ª vez e afirma que honrará os seus compromissos traduzindo na sua acção e intervenção respostas e soluções para os problemas, anseios e aspirações do da população do distrito de Castelo Branco, aliás como o tem feito até agora, apresentando o PCP já no inicio da legislatura um conjunto de propostas entre as quais:
.valorização dos salários, designadamente o aumento do salário mínimo nacional para 600 euros no inicio de 2016, e do valor real das pensões de reforma;
.combate à precariedade, designadamente com alterações à legislação laboral e a aprovação de um Plano Nacional de Combate à Precariedade e de valorização da contratação colectiva;
.reposição dos salários, pensões, feriados e outros direitos cortados, nomeadamente dos complementos de reforma;
.uma política fiscal justa que tribute fortemente os grupos económicos e financeiros e alivie os impostos sobre os trabalhadores, os reformados e pensionistas, os micro, pequenos e médios empresários e o povo;
.reforço e diversificação do financiamento da segurança social e a garantia dos apoios sociais, designadamente do abono de família, subsídio de desemprego e subsídio social de desemprego;
.contratação de médicos, enfermeiros de família e outros profissionais para o SNS, a reposição do transporte de doentes não urgentes e a eliminação das taxas moderadoras;
.gratuitidade dos manuais escolares para o ensino obrigatório;
.revogação da recente alteração à Lei da Interrupção Voluntária da Gravidez.
A DORCB do PCP discutiu ainda as linhas essenciais para o trabalho do Partido no Distrito, não deixando de valorizar a realização da 39ª Festa do Avante, pela ampla participação, conteúdos, alegria que a caracterizam como a maior iniciativa político/cultural do País.
Estão assim constituídos os eixos essenciais para o trabalho do Partido no Distrito nomeadamente como o reforço orgânico, a luta de massas e as eleições Presidenciais que assumem uma inegável importância no actual quadro em que se encontra o País. A apresentação de uma candidatura própria, protagonizada por Edgar Silva, verdadeiramente coerente e combativa, comprometida com os interesses dos trabalhadores e do povo, de justiça social, vinculada aos valores de Abril, animada por uma profunda convicção e confiança num Portugal com futuro.
Uma candidatura dirigida a todos os democratas e patriotas que traduza as preocupações e anseios dos trabalhadores e do povo português, identifique os problemas estruturais do País e aponte o caminho capaz de assegurar a concretização do projecto de um Portugal mais desenvolvido, mais justo e soberano.