Exmos sr Presidente da Assembleia Municipal
Sr Presidente da Câmara
Srs Vereadores
Srs Deputados municipais
Srs e Sras da Comunicação Social
Sras e Srs
Comemoramos 287 anos de Castelo Branco cidade...
A cidade, é o espaço que ocupa, são os edifícios, são as ruas, também é memória daquilo que foi, de quem por cá passou.
Mas a cidade é sobretudo as pessoas que aqui vivem, estudam, trabalham, criam.
Isto torna pertinente a questão... Que cidade queremos? - e quando faço esta pergunta – queria que ela fosse respondida pelos que aqui estão nesta sala... é muito importante que o façam. (E nem sempre é claro aquilo que pretendem) Mas também queria que ela fosse respondida pelas pessoas, pelos munícipes, pelos que, como já disse, aqui vivem, estudam, trabalham.
Dir-me-ão, (provavelmente já no seguimento da minha intervenção, aproveitando as suas intervenções, às quais não poderei responder), que as pessoas expressam-se através do voto, e até deram uma maioria absoluta. Mas a CDU continuará a dizer: Não chega! Democracia é Participação... É envolvimento das pessoas nas decisões.
A cidade que queremos é de construção colectiva – a cidade constroi-se (e não falo só de betão) todos os dias... e como o podemos fazer sem o envolvimento das populações? Ora se até nós, os eleitos somos muitas vezes confrontados com factos consumados – pedindo a nossa aprovação após a obra feita ou medida tomada, o que dizer dos munícipes? O que dizer das suas oportunidades de participar? O que foi feito da agenda XXI – apresentada para promover a particupação – e que rapidamente se esbateu?
Dir-me-ão (provavelmente já no seguimento da minha intervenção, aproveitando as suas intervenções, às quais não poderei responder). Que é preciso é fazer! Que quero o imobilismo! Que o que é preciso é furar primeiro e perguntar depois! Mas a CDU continuará a dizer. Não serve! É preciso planear, estamos a construir uma cidade que nos sobreviverá – e não temos o direito de deixar cicatrizes e feridas para os que aí vêm.
3 anos desde o fim do Polis. O que temos?
– Pretendia-se devolver o centro às pessoas, retiraram-se os carros da devesa é certo, mas continuamos com o quartel de cavalaria afastado, isolado sem conexão com o resto do centro. Um deserto durante a noite! Tiraram os muros (alguns), mas até parece que eles continuam lá... Isto porque a urgência de fazer impediu a necessidade de estudar. Mantivemos a estrutura de um quartel e queremos que seja apelativa para as pessoas;
– Pretendia-se melhorar a circulação do trânsito, e apesar das circulares estamos com o trânsito bastante mais complicado no centro da cidade, não tendo eliminado os constrangimentos que existiam antes;
Falo destes dois aspectos do polis porque foram dois, de muitos, para os quais a CDU alertou e que poderiam ter sido corrigidos... mas agora aí estão! (talvêz um dia se tenha que fazer outro polis para os corrigir)
A cidade que queremos é a do crescimento ordenado. Não se pode expandir indefinidamente, nem pode estar sujeita a modas de circunstância. Quem não se lembra de modas como o condomínio fechado Quinta da Oliveirinha – que ia trazer pessoas de Lisboa para morar em Castelo Branco – e que np entretanto expandia os limites da cidade para zonas até agora longe da cobiça da especulação imobiliária.
A cidade que queremos é planeada e participada! De regras claras para todos! Com recurso a instrumentos de planeamento de urbanismo, de trânsito, de transportes, com definição de prioridades.
A cidade que queremos é verde! Onde existam transportes públicos urbanos com carreiras regulares, com horários e carreiras adequadas às necessidades, considerando os locais de trabalho, serviços, escolas e bairros periféricos.
Dir-me-ão ( provavelmente já no seguimento da minha intervenção), as pessoas não usam... é preciso que seja rentável. Tem que ser possível reduzir os tempos de espera; e regularizar os locais de passagem dos autocarros de modo a que sejam apelativos;
A cidade que queremos é a da cultura e do desporto! E para isso é preciso muito mais do que a distribuição de subsídios por estuturas, associações e colectividades. São precisas políticas concretas, com objectivos concretos é preciso abandonar o método chapéu na mão - onde o diálogo com as associações, clubes e colectividades é feito exclusivamente no período de distribuição de verbas. Sem acompanhamento, sem haver uma estrutura que ligue a câmara a estas estruturas, capaz de desenvolver programas, acompanhar os problemas e a aplicação de verbas. - “O problema só se resolveu quando falei com o presidente!” Quantos de nós já ouvimos a frase a dirigentes associativos, A política de cultura e desporto não pode ser só isto!
A actividade cultural pode ser uma prioridade de afirmação do concelho! A programação cultural pode ser muito melhorada, descentralizada e planificada. Mas não chegará se não houver uma política cultural, onde para além de programação exista incentivo à criação artística, envolvimento dos agentes culturais, dos criadores, dos jovens.
Na política desportiva, também sente falta de uma política de ligação às estruturas, provavelmente – tivesse existido diálogo - e hoje as crianças que praticam desporto na zona de lazer não precisariam de ir equipadas de casa por não haver balneários nos campos.
Dir-me-ão, a câmara não se pode substituir às associações, a CDU acrescenta: nem deve! O que se propõe é que o diálogo passe a ser claro, com interlocutores definidos, e que não passe pelo tradicional chapéu na mão. Ou pela espera de disponibilidade do sr presidente.
A cidade que queremos é solidária, integradora que promova a coesão social, atenta aos problemas dos seus munícipes.
A cidade que queremos tem memória. Não pode virar as costas ao seu património, não podemos construir a cidade à margem, ao lado do centro histórico,sob pena de perder identidade. E não estou só a falar de recuperação das casas (que é importante) estou a falar de lhe dar vida, e isso faz-se com pessoas... Fixar pessoas deve ser uma componente estratégica, mas também, levar pessoas ao centro hstórico.
Enfim Queremos uma cidade com e de futuro, com e para as pessoas.