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O encerramento dos serviços públicos nas freguesias e concelhos com maiores debilidades económicas e demográficas, começando pelos correios, passando pelas escolas, serviços de saúde e outras áreas fundamentais para a vida dos cidadãos, são um contributo nefasto para afastar os mais jovens destas regiões, desmotivar o investimento económico em comunidades que, por essa via, se irão extinguir e, para os que ficam – maioritariamente idosos e com fortes debilidades socioeconómicas – trata-se de tornar a sua vida num autêntico inferno. É mais uma medida imposta pela agressão externa a que Portugal está sujeito, mas bem acolhida pelas políticas profundamente reaccionárias deste governo PSD/CDS/PP e dos seus apoiantes, que também se espelha na famigerada extinção de freguesias.As medidas agora anunciadas, que já haviam sido ensaiadas pelo anterior governo PS e mereceram a contestação frontal do PCP e das populações, apontam para o encerramento do serviço de urgências que serve o concelho de Idanha-a-Nova. Tratando-se de uma população esmagadoramente idosa, com pensões de sobrevivência que limitam o seu poder aquisitivo e considerando que se trata do segundo concelho português em dimensão territorial, ou seja, em que a distância a Castelo Branco, para várias freguesias, é de mais de uma hora de viagem, estamos a falar do profundo agravamento dos riscos de sobrevivência quando as pessoas são confrontadas com a premência de aceder aos serviços de saúde. Desta forma, estamos perante medidas que, para além de conduzirem à degradação da qualidade de vida das populações e ao acentuar do envelhecimento, constituem um autêntico crime na medida em que põem em causa o direito à vida.
O PCP e a CDU, junto das populações do concelho e através da sua representação na Assembleia Municipal de Idanha-a-Nova, desde há vários anos têm alertado para os riscos decorrentes do encerramento de serviços públicos no concelho. Lamentavelmente, essa contestação (que evitou o encerramento das urgências há pouco mais de um ano) só tem contado com o apoio das populações que sentem na sua vida o impacto negativo dessas políticas economicistas e contra as pessoas. Por parte da maioria dos autarcas locais, tem-se assistido a uma passividade, muitas vezes conivente, com tais medidas. Só agora, quando a situação ultrapassa o limite do tolerável, já que implica riscos de sobrevivência das pessoas, começam a surgir alguns sinais de rejeição por parte daqueles de quem se exigia, desde há muito, posições de firmeza e contestação que tivessem evitado o encerramento de serviços públicos e, por essa via, o êxodo de pessoas.
O PCP continuará a pautar as suas posições na defesa do interesse público e dos direitos básicos de populações desfavorecidas e espezinhadas pelas orientações neoliberais deste capitalismo sem vergonha e decadente.
Como até aqui, contamos com as populações na defesa dos seus legítimos direitos. Quantos aos outros, aqueles com responsabilidades eleitorais mas que nestas se esgotam, esperemos que não se esqueçam de quem os elegeu.
A Comissão Concelhia de Idanha-a-Nova
do Partido Comunista Português