1 - O Executivo da DORCB do PCP não pode ficar indiferente às notícias vindas a público que nos dão conta do continuado e persistente encerramento de empresas do Sector Têxtil e Confecções com o consequente despedimento dos trabalhadores.
Pelos dados conhecidos em menos de seis meses mais cinco empresas encerraram e cerca de 200 trabalhadores, na sua maioria mulheres, foram atirados para o desemprego.
Em Cebolais de Cima encerraram 2 empresas, a Pereirinho de Lanificios e a Baloja de Confecções, em Castelo Branco mais duas de Confecções, a Tolela e a Alfilex e há dias, no Paúl/Covilhã, encerrou a Dergui. Só esta empresa arrastou para o desemprego mais de 50 trabalhadoras.
Estes encerramentos são em si mesmo graves e preocupantes mas ganham maior acuidade num quadro em que no Distrito aumenta o desemprego e a emigração de muitos trabalhadores em especial dos jovens.
2 - O que está a acontecer no sector têxtil e confecções foi, em tempo útil, objecto de chamada de atenção pelo PCP que, conhecendo as fragilidades estruturais de algumas empresas do sector, sempre propôs e exigiu que os sucessivos governos tomassem medidas que defendessem a produção nacional de uma concorrência acrescida e sem regras e alertou para que os empresários, em vez de persistirem numa lógica de baixos salários e de trabalho sem direitos, investissem na modernização tecnológica e organizacional, valorizassem os trabalhadores e apostassem na produção de produtos de qualidade e com maior valor acrescentado.
Às propostas sérias, construtivas, exequíveis e necessárias do PCP os sucessivos Governos, em especial o do PS/Sócrates, fizeram e fazem orelhas moucas. Embalados pela fobia do défice menorizam a importância estratégica da actividade económica e conduzem o aparelho produtivo à destruição. E por isso, transformaram o Ministério da Economia numa enormissima agência de apoio à especulação financeira.
Também o poder autárquico do distrito, mais virado para o supérfluo e a demagogia eleitoralista, abdicou de uma postura reivindicativa junto do poder central e, deliberadamente, vem confundindo o desenvolvimento económico com o crescimento do número de rotundas.
3 - Mas a crise não é geral e não atinge a todos por igual.
De facto, a existência de empresas que encerram e de outras que enfrentam dificuldades não nos pode fazer esquecer que outras, beneficiando de apoios financeiros, e benefícios fiscais, pagos por todos nós, são competitivas e têm bons níveis de produtividade. Assim, há que dizer que não é legitimo que persista um modelo de baixos salários, de desregulamentação laboral, de baixas qualificações e de trabalho muito precário.
O PCP reafirma que os problemas têm solução, que o sector têxtil e confecções deve ser defendido e apoiado, que é importante e necessário modernizar e inovar, que é preciso romper com a subserviência do governo português face às políticas capitulacionistas da UE.
O PCP proclama que é possível, é necessária e é urgente OUTRA POLITICA.