Sobre a qualidade da água do rio Tejo
No século XXI um dos principais desafios da humanidade, além da alimentação, é a água. A questão da água, num contexto de enorme pressão climática e demográfica, reveste-se de particular importância e constitui uma matéria sensível nas relações entre países que partilham recursos hídricos importantes.
As mudanças climáticas no planeta estão a levar a um aumento da temperatura média, na região mediterrânica, onde Portugal se insere, da ordem dos 2 a 4ºC e uma diminuição da precipitação entre os 4 e os 30%, em 2050. Segundo os investigadores destas matérias, num cenário mais pessimista, mas ainda assim possível, a diminuição dos recursos hídricos em muitos países desta região do globo será maior do que 50% da atual. É possível verificar isto mesmo na figura 1. Portugal situa-se, como é dado ver na figura 1, numa zona de forte impacto nesta questão da diminuição da precipitação e consequentemente do empobrecimento (ou esgotamento) das reservas hídricas.
Figura 1 – Projeção das mudanças na Precipitação anual e no Verão. [Fonte: European Environmental Agency, 2013] in European Commission, PRIMA: Joint Programme Partnership for Research and Innovation in the Mediterranean Area, 2016.
O distrito de Castelo Branco é atravessado pelo rio Tejo, importantíssimo recurso hídrico de Portugal. A água constitui-se, além de um direito humano inalienável, um relevante recurso económico e social. O rio Tejo faz parte da economia e cultura das populações que vivem junto às suas margens.
Constata-se que o caudal do Tejo, no troço português, diminuiu drasticamente e que a qualidade da água é má, havendo uma degradação ambiental que está já a comprometer a qualidade de vida das populações, dos concelhos ribeirinhos, mas também a estrangular capacidade ambiental, económica e turística deste território. É imprescindível e urgente defender este recurso hídrico.
Assim, a Direção da Organização Regional de Castelo Branco do PCP considera que neste contexto, nesta realidade, é urgente que as autoridades e o poder político atuem e punam quem está a prevaricar, poluindo as águas do Tejo, assim como impeçam que estes atos se repitam e pugnem para que o seu caudal seja o ecologicamente sustentável. Portugal terá que salvaguardar os seus recursos hídricos. O PCP defende e defenderá o rio Tejo, a sua água e demais recursos naturais.
O distrito de Castelo Branco deverá estar atento, encetar todos os esforços e não se resignar a que o Tejo, na sua área geográfica, esteja impróprio para o futuro.