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No entanto, desejo fazer alguns apontamentos, rápidos como convém dado que já os fiz duas vezes, pelo menos.Impõe-se uma reanálise à oferta cultural e turística do nosso concelho.
É necessário evitar-se a “encenação da história”, tentação muitas vezes não vencida pelas chamadas indústrias culturais e pela preocupação de gestão organizada em torno de ganhos e de perdas, ambas as coisas partícipes da cultura do consumo compulsivo.
A nossa oferta cultural só será autêntica e benéfica se centrada na oferta de coisas e de ocasiões capazes de agradar aos moradores da nossa terra que devem participar da oferta e capazes também de partilhar com os visitantes não apenas museus e monumentos mas também ocasiões de partilha de tempo e espaços com os nossos cidadãos.
Neste tempo já se vai estruturando o turista que não se satisfaz com a máquina fotográfica, turista coleccionador de imagens e consumidor de tempo, de estradas, de voos e de milhas.
Julgo ser importante rever as nossas ofertas, corrigir, se for caso disso, processos e, sobretudo, repensar um projecto estruturado e coerente que, para lá de cativar os nossos visitantes, seja também galvanizadora da nossa gente.
Se todos sentirem como coisa sua aquilo que desejamos que os outros admirem e gostem, criam-se condições para a verdade cultural e para a valorização permanente das estruturas que a documentam.
Penso também que tal projecto só será exequível se entrosado noutro projecto:
o da construção de uma política cultural centrada nas nossas possibilidades, capacidades e necessidades, em diálogo e participação de todos os munícipes.
Maçainhas, 26 de Junho de 2012
O Eleito da CDU
Zeferino Moreira da Silva