A votação obtida por Francisco Lopes – 4488 votos e 5,3% no Distrito de Castelo Branco e mais de 300 mil votos e 7,14% a nível nacional, confirma a importância de uma candidatura com um projecto claro, comprometida com o desenvolvimento económico e social, com a soberania a produção nacional, com os direitos de quem trabalha exigindo a ruptura com as políticas neoliberais seguidas.
A reeleição de Cavaco Silva, que culmina de forma negativa estas eleições, representa um factor de agravamento do rumo de declínio económico e de injustiça social, a submissão do país a interesses estrangeiros e à chantagem do grande capital, um incentivo ao prosseguimento da política de direita, seja com base na cooperação estratégica com o actual Governo do PS, seja com a cúmplice intervenção para viabilizar a chegada ao poder de um governo do PSD e do CDS.
O resultado obtido por Manuel Alegre, apoiado pelo PS e pelo BE, traduz-se numa votação significativamente abaixo das suas proclamações e é inseparável das contradições, ambiguidades e comprometimentos com o actual rumo do país.
A permeabilidade de sectores do eleitorado a um discurso populista e demagógico – que os resultados de Fernando Nobre e José Coelho revelam – constitui um obstáculo à construção coerente de uma alternativa que assegure a ruptura com o actual rumo de injustiças, declínio e retrocesso.
Com a entrada em vigor do Orçamento do Estado 2011 e das medidas que o acompanham, como são o roubo dos salários na administração pública e no sector público empresarial, as reduções em sede de IRS das deduções específicas e a violação do valor acordado para o aumento do salário mínimo nacional, o congelamento das pensões de reforma, o aumento do custo de vida (decorrente do acréscimo do IVA, e dos preços do pão, dos transportes, da electricidade e combustíveis, das taxas do Estado, entre outros) a par dos cortes sociais e do ataque aos serviços públicos (nos apoios aos idosos, às famílias e aos desempregados), a vida dos portugueses confronta-se com sérias e graves dificuldades impostas pelo Governo do PS, com o acordo do PSD e aval do Presidente da República.
A DORCB do PCP denúncia e combate o crescente número de desempregados – mais de 11 mil - que a par dos trabalhadores com vínculo precário, traduzem-se em milhares de trabalhadores.
O Governo do PS e o PSD continuam a impor sacrifícios e a condenar regiões como a de Castelo Branco ao declínio. A introdução de portagens na A23 e A25 com os custos sociais, económicos e demográficos que comportam, é bem exemplo da linha de ataque às populações, aos micro, pequenos e médios empresários e outras camadas da população.
Outra medida escandalosa e vergonhosa é a dos cortes nos transportes de doentes, que a DORCB do PCP repudia e condena, já que põe seriamente em causa milhares de pessoas que necessitam e têm direito a este transporte para tratamentos, passando os custos do transporte para os utentes destes serviços. Mais uma vez o PCP afirma e defende que a saúde é um direito e não um negócio.
A DORCB do PCP condena ainda os aumentos brutais da água na continuação da linha privatizadora deste bem, por parte do Governo e de autarquias
O PCP denúncia que o caminho que tem sido seguido é o de condenar o Distrito e o país ao atraso, os trabalhadores e o povo ao retrocesso social. É fundamental pôr Portugal a Produzir, apostar e incentivar a produção nacional; defender os direitos dos trabalhadores, apostar no crescimento económico valorizando os salários, as pensões, o emprego com direitos.
A DORCB do PCP saúda a luta dos trabalhadores que tem sido desenvolvida, destacando a acção da CGTP-IN do passado dia 29 de Janeiro, na Covilhã, assim como todas aquelas que estão agendadas da administração públicas, transportes e comunicações, entre outras, com o objectivo de inverter o caminho do retrocesso e injustiças sociais.
A DORCB do PCP discutiu ainda o Plano de acção para 2011 com destaque para a comemoração do 90º Aniversário do PCP como um momento alto de afirmação da luta heróica do PCP pela liberdade, pela democracia e pelo socialismo, de intervenção e afirmação política de valores, do ideal e projecto político do Partido.