O anúncio por parte do Governo PSD/CDS de um conjunto de medidas em torno da discussão do Orçamento de Estado para 2012 merece por parte da DORCB uma posição bem clara de protesto e combate.
Estas medidas comportam um ajuste de contas com as conquistas de Abril em diversos planos:
- ataque aos direitos dos trabalhadores através dos roubos nos salários e das pensões e nos subsídios de férias e 13º mês para os trabalhadores da Administração Publica, deixando antever a aplicação da medida no sector privado, como aliás representantes do mesmo já vieram anunciar.
- Ataque dirigido ao tempo de jornada de trabalho, com o aumento de meia hora diária, o que significa além de um retrocesso quase secular, pois a conquista das 8h foi alcançada pelos trabalhadores ainda no tempo do fascismo, este aumento, ao contrário do que querem fazer passar, não dá mais produtividade às empresas, prejudicando ainda mais a conciliação entre a vida familiar e profissional dos trabalhadores e desregulamentando ainda mais dos horários de trabalho. Esta medida iria traduzir-se em 16 dias por ano, que os trabalhadores trabalhariam de borla, pretendendo-se assim roubar os trabalhadores diminuindo ainda mais o custo do trabalho assim como poderia representar a perda de cerca de 250 mil postos de trabalho.
- alterações ao código do trabalho, com a facilitação e embaratecimento dos despedimentos, a generalização e aumento dos vínculos precários, ataque à contratação colectiva, entre muitos outros.
- Aumento do desemprego quando no Distrito os dados de Agosto de 2011 já registavam cerca de 10 000 trabalhadores nesta situação.
- aumento do IVA com a consequente perda de poder de compra por parte da maioria das famílias, assim como aumento das dificuldades dos micro, pequenos e médios empresários e agricultores devido ao aumento dos factores de produção.
- Introdução de portagens nas SCUT, o que agravaria não só os custos para as famílias e sectores económicos, mas também contribuiria para continuar a engordar as concessionárias das SCUT, assim como travaria e retrocederia o desenvolvimento da região.