A não aplicação de portagens nas chamadas SCUT foi sempre justificadacom a necessidade de compensar as regiões do interior do país com medidas de discriminação positiva tendo em conta as manifestas assimetrias regionais existentes.
Ao introduzir portagens nestas vias contraria o objectivo ao qual obedeceu a sua construção e constitui mais um elemento de discriminação e negativo para o interior.
A introdução de portagens nas chamadas SCUT, para além de não resolver nenhum problema de ordem financeira, constituiu uma tremenda injustiça para as populações afectadas.
Mais uma vez o PCP vem apresentar projecto de resolução com vista à eliminação das portagens na A23/A25.
Veremos então mais uma vez de que lado estão cada um dos Partidos representados na Assembleia da Republica.
Para conhecer os Projetos Resolução apresentados ver os Anexos
No âmbito da campanha do PCP "Salvar os Rios" os deputados eleitos pelo PCP no Parlamento Europeu realizaram as seguintes perguntas sobre o assunto:
Pergunta com pedido de resposta escrita à Comissão
Artigo 138.º do Regimento
Sandra Pereira (GUE/NGL)
O cenário de seca está a tornar-se infelizmente cada vez mais comum e em mais lugares e as suas consequências não podem ser neglicenciadas, já que têm impactos dramáticos, uns já conhecidos e outros ainda inimagináveis, ao nível do meio ambiente mas também das atividades agrícolas e pecuárias.
Pergunto se esta Comissão está disponível para implementar um Observatório Europeu da Seca, com capacidade institucional, com recursos humanos e materiais, de modo a que a articulação entre universidades, unidades de I & D, empresas do setor produtivo e sociedade civil se torne facilitada e eficaz, que investigue a área da seca (a sua origem e as suas consequências) que forneça dados e metodologias para tratar e adaptar os recursos produtivos para as realidades e necessidades de cada região e de cada tipo de produção agrícola específica, bem como prestar assistência e serviços de apoio de assessoria aos Estados-Membros e regiões afetadas pela seca.
Pergunta com pedido de resposta escrita à Comissão
Artigo 138.º do Regimento
Sandra Pereira (GUE/NGL)
O caudal do rio Tejo diminui consideravelmente, em grande medida, devido à seca e à gestão errática das barragens a montante em Espanha que levou ao esvaziamento dos rios Ponsul e Sever. Em boa verdade, a "torneira" da barragem de Cedillo, situada no rio Tejo, só foi aberta pelas autoridades espanholas para cumprir, no limite do tempo, os acordos internacionais. As descargas concentradas em pouco tempo e sem correspondência em Espanha, baixaram o nível da albufeira e acabaram por praticamente secar os dois afluentes portugueses do maior rio ibérico.
A diretiva-Quadro Água, entre outras coisas, impõe aos Estados-Membros a elaboração de planos de gestão de bacia hidrográfica que incluam medidas tendentes a prevenir a deterioração e a conseguir um bom estado das águas (o caudal ecológico tem de ser suficiente para garantir tal objetivo) e obriga igualmente os Estados-Membros a coordenarem todos os programas de medidas incluídos nos planos de gestão para toda a região hidrográfica.
Pergunto:
Tem conhecimento desta situação dramática que se sente nos afluentes portugueses do rio Tejo?
O caudal ecológico do rio Tejo e seus afluentes bem como a legislação relevante estão a ser cumpridos?
A DORCB do PCP vai lançar uma campanha com o tema "SALVAR OS NOSSOS RIOS". A campanha pretende alertar para que a diminuição acentuada dos níveis da água nos rios Tejo e Pônsul, realidade que não pode ser desligada do agravamento dos problemas decorrentes de transferência de água (com particular ênfase para os empreendimentos espanhóis/transvases), assim como da má gestão ou da gestão concentrada na obtenção de lucro nas barragens de produção energética, agravando problemas de poluição e de perda de qualidade da água.
Com esta campanha a DORCB do PCP pretende alertar para a necessidade de mais meios públicos e de mais controlo dos acordos internacionais. Como consequência de anos de política de direita e de desinvestimento, as estruturas públicas perderam capacidade de assegurar a gestão, a planificação e até a monitorização de protocolos internacionais (Convenção de Albufeira). Perderam trabalhadores, meios e competências, foram afastadas da gestão de albufeiras, todas concessionadas a entidades privadas ou de direito privado a quem se delegou competências de administração.
Só com meios do Estado se pode garantir o cumprimento de caudais que preservem o equilíbrio dos ecossistemas e a biodiversidade, a medição da qualidade da água dos rios e albufeiras, a realização de acções de fiscalização e inspectivas regulares que permitam identificar os focos de poluição. É assim necessário reforçar os meios humanos e técnicos das autoridades e entidades com responsabilidades em questões ambientais. Só com meios do Estado se pode garantir a gestão pública da água e que este bem não é gerido como um negócio.
No âmbito da campanha, a DORCB do PCP pretende levar a cabo iniciativas públicas, iniciativas institucionais, uma linha de propaganda visual e a distribuição de um folheto à população.
A DORCB do PCP