O muito participado almoço-comício da CDU na Covilhã foi palco de intervenções marcantes de Paulo Raimundo, Secretário-Geral do PCP, Jorge Fiel, 1.º candidato da CDU pelo círculo de Castelo Branco, e Ema Gomes do PEV. O almoço-comício foi um momento de análise crítica e apelo à acção, enfatizando a importância de uma força política como a CDU na defesa dos interesses da região.
Jorge Fael sublinhou que a região não é pobre, mas sim as políticas impostas por PS, PSD (com ou sem CDS), apoiadas agora por Chega e IL, que têm prejudicado profundamente os interesses locais.
Camaradas, Amigos
É muito bom ver-vos e estar aqui. A todos dirijo uma fraterna saudação, em especial ao Secretário-geral do PCP, aos amigos do Partido Ecologista “Os Verdes” e aos que não tendo filiação partidária - e Amigos hoje é um óptimo dia para dar o passo – é na CDU que encontram lugar para intervir e lutar por uma vida melhor.
É com orgulho que encabeço a lista da CDU pelo círculo de Castelo Branco, apresentada pelo nosso mandatário, Luís Lourenço. Uma lista que traz consigo um imenso património de reflexão crítica, intervenção, proposta e luta. Uma lista composta por homens e mulheres ligados à vida do distrito, gente conhecedora da realidade concreta, gente que não está ao serviço do poder económico, que tem uma só cara, cujo único compromisso em construir um futuro melhor não para si ou para os seus interesses, mas para todos, para este distrito e para o nosso povo.
Sim, camaradas, aqui não há portas giratórias, trânsfugas, convertidos de última hora.
É por isso que partimos para esta batalha eleitoral de cabeça erguida, porque sempre estivemos e continuaremos a estar ao lado da luta dos trabalhadores e das populações, e com a confiança de que somos portadores de soluções capazes de responder às necessidades e aspirações de quem aqui vive e trabalha.
Mas sabemos bem as dificuldades com que nos confrontamos. Ai estão as sondagens que, mais do que prever, visam produzir resultados; aí estão as promessas do PSD, acompanhado do CDS, que propõe agora o que ainda há meses impedia na Assembleia da República ao inviabilizar, ao lado do PS, propostas do PCP – aí está o exemplo da recuperação do tempo de serviço dos professores, o iva na energia; aí estão as promessas e as mentiras da extrema-direita, que é filha de Passos Coelho e Paulo Portas, a fazer promessas de aumento das reformas para o salário mínimo, que não tem nenhuma intenção de cumprir, e a vociferar que é preciso limpar Portugal, quando aquilo que eles querem limpar são os direitos económicos e sociais conquistados com Abril, são os bolsos dos trabalhadores do povo para encher os do capital.
Aí está a versão recauchutada “Agora é que vai ser” do PS que promete ou anuncia agora o que não concretizou durante anos! como é o caso da proposta de eliminação das portagens nas ex-scut, quando sempre recusou as propostas do PCP nesse sentido, e quando há pouco meses a ex-candidata por C. Branco, a ministra Ana Abrunhosa, dizia que esse era um objectivo que estava cada vez mais longe.
Pela nossa parte, cá estamos para prosseguir a luta pela eliminação das portagens e pela reversão das PPP, e também por isso o voto na CDU é a opção certa.
Esta é, pois, uma batalha de esclarecimento. E para isso só há um caminho: - ir fábrica a fábrica, rua a rua, casa a casa, porta a porta, conversa a conversa, conquistar a confiança e o voto.
Camaradas e Amigos,
Temo-lo dito e reafirmamos: a nossa região não é pobre, pelo contrário, tem recursos e enormes potencialidades. Pobres são as políticas que têm sido impostas por PS, PSD, com ou sem o CDS, agora apoiadas por CH e IL, responsáveis por medidas profundamente lesivas dos interesses da região.
Uma região que continua a perder população - e eleitores; que vive com uma remuneração base média bruta de 934 euros e uma pensão média de velhice inferior a 400 euros; em que mais de 7 mil e 500 trabalhadores estão desempregados; em que 1/5 dos trabalhadores por conta d’outrem são precários; uma região em que 35 mil pessoas não têm médico de família atribuído; uma região que vê ameaçado o seu património e os seus recursos naturais, ora destruído pelos incêndios, ora alvo do lucro desenfreado.
É urgente inverter este rumo.
E por isso dizemos que este distrito precisa da CDU, de quem defenda os trabalhadores na Assembleia da República; de quem fale dos atropelos aos seus direitos; de quem se bata pela valorização dos salários, inseparável da defesa da contratação colectiva, da reposição do princípio do tratamento mais favorável e da eliminação da precariedade, assegurando o princípio de que a um posto de trabalho permanente deve corresponder um contrato efectivo de trabalho; de quem defenda a redução geral do horário de trabalho para as 35 horas, a garantia dos direitos no trabalho por turnos; de quem diga ao governo que os trabalhadores da Administração Pública, em particular das Autarquias, precisam de melhores salários e do fim do SIADAP, que para mais não serve do que bloquear as progressões na carreira.
Porque não há nem distrito desenvolvido sem trabalhadores valorizados.
O distrito precisa de quem defenda a valorização das reforma e pensões, a eliminação de penalizações que persistem a quem descontou uma vida inteira.
Precisa de quem exija uma política agrícola e florestal que privilegie a pequena e média produção, que salvaguarde os solos agrícolas e a biodiversidade, recusando grandes áreas de monocultura intensiva; uma política de re-industrialização, com a valorização da transformação industrial da matéria prima regional.
Precisa de quem defenda o SNS, valorizando médicos, enfermeiros e técnicos auxiliares de saúde, trabalhadores que após 15 anos de luta reconquistaram o direito a carreira e à profissão, mas cuja concretização continua a ser-lhes negada, como sucede no Hospital Cova da Beira e em C. Branco. E não se defende o SNS beneficiando o negócio da doença, como faz o PS na Covilhã.
Precisa de quem defenda a Escola Pública, os direitos dos professores e auxiliares educação, que os Governos do PSD e o governo do PS têm tratado como descartáveis.
Precisa de quem defenda o direito a uma habitação condigna, inseparável da revogação da lei dos despejos, o que exige controlar as rendas, colocar os lucros da banca a pagar os encargos resultantes da subida das taxas de juro, combater a especulação, e de políticas públicas de habitação que considerem as diferentes necessidades do distrito.
Precisa da CDU no Parlamento para defender os serviços públicos, para dizer que os CTT têm de voltar a ser públicos, para reforçar os serviços de finanças, os tribunais, a segurança social ou os serviços do ministério da agricultura.
Precisa quem de forma séria defenda a segurança pública e a valorização dos profissionais da PSP e da GNR, das forças de protecção civil.
Precisamos de quem defenda no Parlamento a gestão pública da água e dos resíduos, a recuperação dos serviços privatizados; os nossos rios e ribeiras, de uma política que garanta os caudais ecológicos, combata a poluição e garanta o acesso das populações ao domínio hídrico público, como é o caso em malpica do Tejo; de quem combata e denuncie práticas agressivas para os solos e a natureza, focos de poluição e o abate indiscriminado de árvores no distrito.
Precisamos de quem defenda o investimento público no distrito em particular nas vias rodoviárias, com conclusão do IC6, IC31, com a requalificação do IC8, das vias municipais e intermunicipais, a abolição das portagens,
Precisamos de defender a melhoria dos transportes públicos, num distrito que tem todas as condições para ter melhor oferta no transporte ferroviário, que não sirvam só para uma resposta trabalho-casa-trabalho, mas que sejam também colocados ao serviço da cultura, do desporto e do lazer, numa rede de transportes públicos integrada e alargada que cubra todo o distrito, que conjugue os diferentes meios, o que é inseparável do reforço do investimento público, do alargamento e redução do preço do passe, tendo como objectivo de, no futuro, se avançar no sentido da gratuitidade.
Precisa de quem se bata pela concretização da regionalização, pelo reforço do Poder Local, pela reposição das freguesias extintas contra a vontade das populações e pela reversão das transferências de competências.
De quem valoriza a cultura, o desporto nas suas diversas vertentes.
Sim, o distrito e o país precisam da CDU!
Porque essa é a melhor garantia para defender o desenvolvimento e a justiça social, os direitos de quem trabalha e os serviços públicos. Porque só com o reforço da CDU a vida das pessoas pode avançar.
Por isso camaradas e amigos, vamos ao trabalho. O contributo de cada um de nós, já hoje, é determinante para a construção do resultado futuro. As probabilidades constroem-se – não é Anita?
E sabemos bem como a construção desse resultado depende do contacto e do esclarecimento que cada um conseguir fazer.
É o trabalho colectivo que é das nossas maiores forças. Juntemos essa força às razões que nos movem para estarmos aqui – garantir melhores condições de vida para os trabalhadores e a população do distrito – e vamos construir um grande resultado da CDU.
Viva o distrito de Castelo Branco!
Viva a CDU!