Intervenção de Ema Gomes, Candidata da CDU pelo círculo de Castelo Branco e Membro do Partido Ecologista "Os Verdes", no jantar/comício da CDU na Covilhã:
Boa tarde a todos.
Gostaria de saudar, em nome do Partido Ecologista Os Verdes, todos os presentes neste caloroso almoço comício.
Saúdo os nossos amigos do Partido Comunista Português, os candidatos da CDU pelo círculo eleitoral de Castelo Branco.
Saúdo o mandatário distrital desta candidatura. E, saúdo especialmente, todos os independentes que integram as listas e os que aqui estão neste espaço de luta é a Coligação Democrática Unitária.
Caros amigos e companheiros,
A preservação e conservação da natureza tem vindo a ser colocada num papel secundário, por políticas que conduzem a uma crescente desresponsabilização do Estado, como se constatou com a cogestão das áreas protegidas, um modelo do PS em sintonia com o PSD, ao qual o PEV sempre se opôs.
Uma opção que fomenta os interesses económicos em vez da efetiva conservação da natureza, abrindo caminho para a sua privatização, como se veio a verificar com os Centros de Recuperação de Animais Selvagens, espalhados pelo país, que há década e meia vivem da caridade da ANA Aeroportos. A Conservação da Natureza é da responsabilidade e para usufruto de todos, não pode depender nem estar na dependência e à mercê de interesses económicos.
As políticas ambientais estão transformadas em negócios de favorecimento a grupos económicos, como demonstram os projetos ligados à produção de energia, pintados de verde, como são os grandes projetos fotovoltaicos que estão a ser implementados no distrito e que dizimam hectares e hectares de floresta e de solos com potencial agrícola, ou as centrais a biomassa florestal que consomem madeira nobre em vez de sobrantes florestais, mas também os projetos pouco transparentes ligados à exploração de lítio, como é o caso da Argemela e da envolvente da Serra da Estrela que está na mira do Governo para a prospeção e exploração de lítio com impactos nos ecossistemas e contra a vontade das populações locais.
A promiscuidade entre o poder económico e o poder político, nomeadamente em projetos pouco transparentes ligados à exploração dos recursos naturais e à produção de energia, cria as condições favoráveis à corrupção que é necessário travar, não apenas com palavras.
Alguns falam em corrupção para iludir eleitores, mas, não passa de uma manobra de ilusionismo quando eles próprios fazem parte desta teia de promiscuidade entre poder económico, e o poder político.
A nível económico e social, a situação é igualmente problemática.
O SNS está caótico, não responde às necessidades dos utentes, tem falta de profissionais e continua-se a favorecer o setor privado, em vez de se investir no público;
A habitação está a preços incomportáveis e a especulação imobiliária continua a ser estimulada.
A educação tem uma carência real de professores e de rejuvenescimento do corpo docente. No início do ano letivo 92 mil estudantes não tinham todos os professores;
O número de pessoas que vivem em risco de pobreza tem aumentado, atingindo cerca de 10% da população; ou seja uma em cada dez pessoas vive em risco de pobreza.
Os salários e as pensões em Portugal são extraordinariamente baixos e a falta de perspetivas de uma vida com qualidade leva muitos jovens qualificados a emigrar;
No entanto, a banca foi acumulando 11 milhões de euros por dia e os grupos económicos da área da energia ou da distribuição obtêm lucros como há muito não atingiam.
Estes são apenas alguns exemplos que ilustram bem por que razão o país não aguenta mais!
PS, PSD e CDS já demonstraram claramente que manterão ou fomentarão sempre estas injustiças, como têm feito alternadamente há décadas. As derivações de direita, nascidas no ventre do PSD e CDS, também já demonstraram no Parlamento que não querem alterar as políticas que sustentam o sistema das desigualdades e da supremacia dos negócios dos grandes grupos económicos em detrimento dos objetivos ambientais e sociais. Esta é geneticamente a política de direita.
Mas em política não há inevitabilidades – há escolhas, há opções! Por isso, é possível mudar de política, é possível alcançar resultados bem diferentes, que promovam o desenvolvimento sustentável do país.
E esta é uma oportunidade que não podemos desperdiçar! 50 anos depois do 25 de abril, está mais do que na hora de exigir políticas justas, que cumpram a Constituição da República Portuguesa, que implementem a igualdade, a liberdade, os direitos fundamentais, a qualidade ambiental, a democracia, o progresso.
O PEV sempre foi, no Parlamento, a voz ativa na defesa coerente da justiça ambiental e da justiça social. É fundamental que esta voz determinada e consequente regresse ao Parlamento para que a agenda ecologista seja marcante e constante, para que o ambiente – o suporte da vida – seja priorizado e não negligenciado.
Com Os Verdes e com a CDU é possível mudar de política, é possível alcançar resultados bem diferentes, que promovam o desenvolvimento sustentável do país que passam por
Mitigar e promover a adaptação às alterações climáticas;
Preservar a biodiversidade,
Diminuir a pegada ecológica;
Garantir o direito à habitação,
Salvar o Serviço Nacional de Saúde,
Defender uma escola pública de qualidade,
Estimular o acesso à cultura,
Promover a igualdade,
Fomentar uma justa repartição da riqueza,
Combater a corrupção e garantir a transparência.
Estamos convictos que no dia 10 de março a CDU será reforçada e que a voz ecologista regressa à Assembleia da República.
Reforçar a CDU é lutar por mais e melhores condições de vida para todos, e isso é possível. É possível conquistarmos mais qualidade de vida, melhores salários, mais e melhores respostas nos serviços públicos, mais e melhor salvaguarda do ambiente e proteção da Natureza. É possível contratarem-se mais vigilantes da Natureza, é possível acabar com as portagens nas ex-scuts, é possível reforçar os transportes públicos, é possível dar condições e dignidade aos médicos, enfermeiros, professores, forças de segurança... é possível sim!
Por último, gostaria ainda de salientar mais uma vez que reforçar a CDU é reforçar a luta pela defesa do Ambiente que implica, igualmente, reforçar a luta pela PAZ em todo o mundo.
Quando todos os povos vivem em PAZ, Vivemos MELHOR!
Viva o PEV!
Viva a CDU!
CDU! CDU!
Covilhã, 04 de Fevereiro de 2024